top of page
Buscar
  • Foto do escritorÁbaco

Tempos de crise: como administrar o Capital de Giro?




Introdução

Inúmeras empresas fecham diariamente no Brasil e o atual cenário de pandemia dificulta ainda mais a situação, principalmente para os pequenos negócios.

A pesquisa Demografia das Empresas, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), evidencia que a maioria das empresas fecha 5 anos após serem criadas. Entre as principais razões que afetam diretamente a saúde e a sobrevivência dos negócios estão a falta de organização e planejamento financeiro, pontos que muitos empresários deixam em segundo plano por falta de conhecimento ou por não achar importante para sua empresa, mas, em períodos difíceis, é o que justamente pode salvar a empresa.

O capital de giro é um dos principais tópicos para um adequado planejamento financeiro e, consequentemente, para o funcionamento sustentável da empresa.

Diante disso, elaboramos nesse post alguns esclarecimentos que podem ajudar a compreender o que é capital de giro, sua importância, como calcular e administrá-lo em sua empresa.

O que é capital de giro?

O capital de giro é um recurso que a empresa necessita para manter suas atividades operacionais até que consiga transformar seus produtos e serviços em caixa/disponível.

Para exemplificar este conceito, em uma situação cotidiana, grande maioria das empresas não conseguem vender seus produtos/serviços e receber antes que vençam as faturas de seus fornecedores, contas a pagar e folha de pagamento. Logo, nesse tempo médio entre pagar e receber, elas necessitam de um recurso disponível em caixa para cobrir tais obrigações que mantém o giro das operações da empresa, ou seja, o capital de giro.

Resumindo, capital de giro é o recurso que a empresa tem disponível para manter suas atividades operacionais, ou seja, representa os bens que a empresa possui e que podem ser convertidos em capital dentro de um curto prazo, como por exemplo dinheiro em caixa, estoque e aplicações financeiras de alta de liquidez.

Qual a importância?

Gerenciar bem o capital de giro da sua empresa é o que pode garantir que ela opere de maneira mais fluida, com menos preocupações e com menos riscos de problemas financeiros em momentos de crise. Estas vantagens, por si só, já mostram que investir nesta área é essencial para qualquer empreendimento.

Uma gestão eficiente de capital de giro permite a uma empresa oferecer melhores condições de pagamento aos seus clientes, sem correr o risco de apresentar algum prejuízo. Em outras palavras, quanto maior a quantia disponibilizada em caixa, mais compras a prazo poderão ser oferecidas sem a cobrança de juros, podendo isso resultar em uma vantagem competitiva de seu negócio.

Outro aspecto positivo de possuir um bom controle de capital de giro é ter um fôlego para quando ocorre um imprevisto, como a atual pandemia, uma vez que tendo dinheiro em caixa é possível se manter por um período mais longo sem a necessidade de financiamentos e empréstimos de terceiros que, por vezes, pode se tornar uma “bola de neve” que resulta no fechamento de muitas empresas.

É recomendado que caso possua recurso próprio para abrir uma empresa, mas não o suficiente para estruturá-la, primeiramente reserve uma parte desse recurso para suprir a necessidade de capital de giro e, após isso, busque uma instituição financeira para fazer o financiamento do seu imobilizado, isso porque o custo de se fazer um empréstimo para capital de giro é mais alto e possui uma carência menor do que para o ativo imobilizado.

Como calcular o capital de giro?

Antes de realizar qualquer cálculo é preciso ter algumas informações na ponta do lápis. Para que o capital de giro seja calculado de forma adequada e com fidedignidade é necessário que exista um controle rígido do fluxo caixa e do fluxo operacional, registrando todas as entradas e saídas e as previsões dos recursos da sua empresa.

A fórmula do capital de giro é calculada pegando o ativo circulante (conjunto de bens e direitos disponíveis em um curto espaço de tempo, geralmente até 1 ano) e diminuindo do passivo circulante (despesas e obrigações que devem ser cumpridas em até 1 ano), assim:

CAPITAL DE GIRO = ATIVO CIRCULANTE – PASSIVO CIRCULANTE

Para exemplificar, segue abaixo um modelo de balanço patrimonial:


O primeiro passo para calcular o capital de giro é achar o valor total do ativo circulante (AC) que, nesse caso, é a soma das contas caixa, estoque e contas a receber. Após isso é preciso calcular o passivo circulante (PC) somando contas a pagar e dívidas de curto prazo. Em seguida subtraímos o valor do AC pelo PC.

CAPITAL DE GIRO = 14.000 – 7.000 = 7.000

Assim, o capital de giro no exemplo acima é de R$ 7.000, ou seja, seriam os recursos que a empresa teria disponível para manter suas atividades em caso de imprevistos ou até receber o dinheiro no caso de vendas a prazo.

Como administrar o capital de giro em tempos de crise?

O primeiro passo para lidar em momentos de crise é acompanhar e revisar a leitura das análises financeiras e dos controles financeiros do negócio, a fim de obter as informações atuais necessárias para a tomada de decisões e estar ciente da real situação financeira da empresa.

Feito isso, a seguir são listadas recomendações que podem contribuir para que o capital de giro consiga suportar o cenário de crise e executar suas atividades operacionais:

  1. Redução dos Custos: ao observar a análise de custos é possível identificar quais gastos são responsáveis pelo maior desembolso do capital e, a partir dessa informação, implantar uma política de redução respeitando os custos essenciais para a manutenção do negócio. Em situações de poucas vendas, diminuir a produção pode ser favorável para a diminuição dos custos variáveis. Outra alternativa é fazer uma pesquisa de mercado com o intuito de identificar insumos mais baratos na produção do bem e/ou serviço, desde que respeite a qualidade do que é ofertado aos clientes.

  2. Listar prioridades de Pagamento: é necessário classificar quais os compromissos com terceiros são indispensáveis para a manutenção do estabelecimento e priorizá-los na ordem de pagamento.

  3. Renegociar prazos com fornecedores: procurar postergar dívidas com fornecedores pode ser uma solução benéfica, visto que o momento de crise é desvantajoso para ambos os agentes envolvidos na relação, o que aumenta a possibilidade de aprovação do pedido de adiamento, já que ambos não querem perder o cliente.

  4. Acompanhar recebimentos e negociação com clientes: Um controle dos recebimentos de clientes minimiza o impacto de atrasos e inadimplentes no caixa. Todavia, caso o déficit de capital de giro seja muito alto é necessário diminuir o prazo médio de recebimentos. Deste modo, oferecer incentivos aos clientes através de descontos para pagamentos à vista pode ser uma solução viável, visto a rápida necessidade de financiamento das obrigações.

  5. Aderir a iniciativas do Governo: em cenários de crise o governo tende a publicar Medidas Provisórias para aliviar a necessidade de capital de giro. Muitas dessas ações incluem o adiantamento dos vencimentos dos tributos, sejam eles federais, distritais ou municipais. Também incluem o financiamento da Folha de Pagamento, a flexibilização da jornada de trabalho e redução de tributos nas operações de crédito, como no caso do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Cabe ao gestor do negócio aderir à Medida que melhor se adapta ao seu empreendimento.

  6. Contratar crédito de Instituições Financeiras: compreende a antecipação de recebíveis ou duplicatas descontadas, em que o valor de recebíveis futuros é transformado em caixa presente através de negociações com os bancos. Também há a possibilidade de contratação de empréstimos ou financiamentos com as Instituições. Ambas as alternativas são para atender a necessidade de capital de giro no curto-prazo. Entretanto, é importante deixar esta recomendação como uma das últimas opções, pois, apesar de atender uma necessidade atual, a obrigação firmada com Instituições Financeiras geralmente se estende ao longo prazo e incorre uma alta provisão de despesas financeiras que, como já dito, pode virar uma “bola de neve” no decorrer do tempo.

Conclusão

O capital de giro é uma ferramenta indispensável para a sustentabilidade do negócio. Sua gestão procura responder quanto deveria ser investido nas contas do Ativo Circulante e como esse investimento deveria ser financiado, sendo um fator excepcional de sucesso nas operações da empresa.

Em momentos de crise, juntamente com os controles internos e as análises financeiras, o capital de giro tem o potencial de ser o principal aliado na manutenção e continuidade do seu empreendimento.

Quer que seu capital de giro seja motivo de eficiência na gestão e não um problema a mais para sua empresa? Conte com a Ábaco para ajudar na administração dessa ferramenta!

Caso tenha alguma dúvida, fale conosco por meio da nossa página no Instagram ou pelo contato em nosso site.

_______________

Texto escrito por Gabriel Soares e Emanuel de Oliveira.


338 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page