Introdução
De forma bem simples, pode-se definir auditoria como o levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações financeiras de uma entidade. Nesse amplo campo de estudo e prática, há algumas divisões e, conforme a forma de intervenção, existem dois tipos: a auditoria interna e a externa.
Assim, este artigo se propõe a explorar e esclarecer alguns pontos sobre Auditoria Interna.
Auditoria Interna x Auditoria Externa
Segue, abaixo, uma tabela que resume as principais diferenças entre a auditoria interna e externa.
Fonte: CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil teoria e prática. 10 Ed.
Enfim, o que é a Auditoria Interna?
É importante ressaltar que existem alguns campos em que a auditoria pode ser aplicada, como na área de construção civil ou engenharias no geral, na área médica, como também nos demais ramos da saúde. Mas, trataremos especificamente da auditoria interna contábil.
A International Professional Practices Framework (IPPF), do Institute Internal of Auditors (IIA), define a auditoria interna como uma atividade independente e objetiva de avaliação e consultoria, desenvolvida para agregar valor e melhorar as operações de uma organização. Ela auxilia a organização a alcançar seus objetivos a partir da aplicação de uma abordagem sistemática e disciplinada para avaliar e melhorar a eficácia dos processos de gerenciamento de riscos, controle e governança.
Outra definição é dada pela Norma Brasileira de Contabilidade Técnica da seguinte forma: “A auditoria interna constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo examinar a integridade, adequação e eficácia dos controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da entidade.”
É uma atividade de avaliação independente dentro da empresa, que se destina a revisar as operações, como um serviço prestado à administração. Constitui um controle gerencial que funciona por meio da análise e avaliação da eficiência de outros controles.
É executada por um profissional ligado à empresa, ou por uma seção própria para tal fim, sempre subordinada a direção da empresa.
Mas quem é o auditor interno?
O auditor interno é pessoa de confiança dos dirigentes, o qual está vinculado à empresa por contrato trabalhista continuado e sua intervenção é permanente. Sua área de atuação envolve todas as atividades da empresa, as quais predominam a verificação dos controles internos, a manipulação de valores e a execução de rotinas administrativas.
O objetivo do auditor interno é auxiliar a administração no desempenho de suas funções e responsabilidades, fornecendo-lhes análises, recomendações e comentários pertinentes às atividades examinadas. Compreende os exames, análise, avaliações, levantamentos e comprovações, para a avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de controles internos do ambiente e gerenciamento de riscos, ajudando a administração da entidade no cumprimento de seus objetivos.
Por ser empregado da empresa, o auditor interno perde sua independência profissional, o que pode afetar suas informações elaboradas ao passo que está subordinado a administração.
As responsabilidades da auditoria interna, na organização, devem ser determinadas pelas políticas da empresa. A autoridade correspondente deve fornecer ao auditor interno livre acesso a todos os registros, propriedades e pessoal da empresa que possam vir a ter importância para o assunto em exame. O auditor interno deve sentir-se à vontade para revisar e avaliar diretrizes, planos, procedimentos e registros.
As responsabilidades do auditor interno são:
• Informar e assessorar a administração e desvincular-se das responsabilidades de acordo com o Código de Ética do Instituto dos Auditores Internos;
• Coordenar suas atividades com a de outros, de modo a atingir com mais facilidade os objetivos da auditoria em benefício das atividades da empresa.
No desempenho de suas funções, um auditor interno não tem responsabilidade direta nem autoridade sobre as atividades que examina. Portanto, as revisões e avaliações feitas por um auditor interno nunca eximem outras pessoas da empresa das responsabilidades que lhes cabem.
A independência é essencial para a eficiência da auditoria interna. Esta independência se obtém por meio do posicionamento na estrutura organizacional e da objetividade, ou seja, estando sob uma autoridade ao qual assegure que os levantamentos e recomendações sejam observados. É imprescindível também que o profissional de auditoria interna não se envolva em qualquer atividade que elaborou, do ponto de vista de análise ou exame, o que requer outro profissional para sua revisão.
Um dos principais objetivos do auditor interno é examinar a integridade, a adequação e a eficácia dos controles internos. Para o fornecimento de evidências às conclusões e recomendações da auditoria interna, as informações devem ser suficientes, adequadas, relevantes e úteis.
E quais são as etapas de uma auditoria interna?
As etapas de uma auditoria interna podem variar de acordo com alguns itens, como o objeto, a instituição ou o setor analisado, porém, via de regra, 4 dessas etapas são mais recorrentes, sendo elas:
Planejamento e levantamento: O planejamento é a função administrativa que determina previamente quais os objetivos devem ser atingidos e como alcançá-los. Na fase do planejamento, especificam-se o alcance da auditoria, critérios, metodologia a ser aplicada, tempo e recursos necessários para garantir a realização das atividades, processos, sistemas e controles mais importantes.
Execução: Trata-se da aplicação do que foi planejado com o objetivo de obter informações sobre o objeto auditado e identificar evidências que embasem a opinião da Auditoria. Quanto ao objetivo, a auditoria pode ser classificada em: contábil ou financeira, de conformidade (verificação da legalidade do procedimento auditado), de eficiência ou operacional (verificação da observância dos princípios de economicidade, eficiência e eficácia).
Relatório: É o documento que contém a conclusão do trabalho de auditoria em relação a uma determinada unidade administrativa ou programa de auditoria, discorrendo sobre os produtos das fases anteriores, como constatações e recomendações.
Monitoramento e controle: A última etapa do processo de auditoria consiste no acompanhamento da execução dos novos processos organizacionais. O objetivo é assegurar que os novos processos sejam executados de acordo com o que foi recomendado, o que visa garantir a prevenção de irregularidades, além do monitoramento completo do ciclo da auditoria, contribuindo para o planejamento dos próximos trabalhos.
Conclusão
Por fim, podemos dizer que a principal finalidade do trabalho de auditoria interna é avaliar a qualidade e aderência às normas da empresa no que se refere aos procedimentos operacionais e controles internos exercidos pela empresa.
A auditoria interna, como um controle gerencial, funciona medindo e avaliando a eficiência dos outros controles existentes, e permite fornecer assistência e aconselhamento a todos os níveis da empresa, buscando garantir a eficiência nos processos, minimizando os riscos e fraudes, além de procurar alinhar a instituição a sua visão estratégica.
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Texto escrito por Felipe Alves.
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